“Tia” Damares Alves, ministra da Família, Mulher, Direitos Humanos e do Pé de Goiaba, tem muitas qualidades, e uma delas é sua capacidade de liderança, com seus olhinhos miúdos e seu magnetismo sobre-humano, coisa de quem já viu Jesus na Goiaba – zombem, seus ímpios!. Uma head hunter nata. O gabinete da ministra em poucos dias desde a posse já se tornou um hub inter-religioso. Consta que de tardinha ela puxa uma reza diariamente em seu escritório, que já se transformou numa espécie de Meca da Esplanada. Ah, ela nega que realize o culto, e acusou o “colonista” da Veja que deu a nota a visitar suas instalações. Se ele não for, eu aceito o convite, ministra! Mas falávamos da capacidade ímpar de “Tia” Damares de escalar um time de notáveis para seu ministério sopa de letrinhas. A mais recente, confesso, me comoveu. A visionária da goiabeira – que se apresenta como “mestre em educação, em direito constitucional e direito da família” sem ter qualquer título de mestrado, exceto, claro, seu qualitativo bíblico – prepara a nomeação da “ex-feminista” Sara Winter para a Secretaria Nacional da Mulher. A jovem de 26 anos, como se sabe, ficou conhecida primeiro por ter fundado no Brasil, em 2012, uma filial do grupo feminista ucraniano Femen e liderado manifestações de mulheres de topless. E, depois de se tornar cristã – sim, existe a ex-feminista -, Winter passou a se declarar antifeminista e militar contra o aborto. Ela também prega contra a homossexualidade.
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Não foi só agora, sejamos justos, que a moça virou a chave. Durante as eleições de outubro, a ex-militante até organizou, no Rio, um ato em favor do então candidato Jair Bolsonaro como uma resposta às manifestações do #EleNão, quando mulheres se reuniam para protestar contra a então inexorável eleição de um machista, sexista, homofóbico e misógino. Na ocasião, ela concorria a uma vaga de deputada federal. Pelo DEM. Infelizmente não conseguiu votos suficientes para se juntar à briosa bancada de Joice “Madame” Hasselmann e Alexandre “Brasileirinhas” Frota. Recordar é viver. No tempo de militante feminista, Sara saiu às ruas com #ForaBolsonaro pintado nos seios. Em maio de 2016, no entanto, ela anunciou “a parceria política” com o então deputado federal. Na ocasião, Bolsonaro gravou um vídeo ao lado dela dizendo que a ex-feminista estava “curada.” A biografia de Winter, publicada em seu site, diz que “a escritora militava contra o cristianismo, em favor da homossexualidade e do aborto.” Após ter um filho em 2015, Winter escreveu o livro digital “Vadia, Não! Sete Vezes que Fui Traída pelo Feminismo”, no qual se propôs a contar os bastidores do movimento de mulheres no Brasil. Winter, agora, se anuncia como uma “ativista pró-vida” e pede ajuda financeira para ajudar “a salvar bebês da monstruosidade do aborto”. “Prefiro ser um instrumento de Deus a um instrumento da esquerda”, diz em seu site. Ela esqueceu de mencionar em seu currículo que foi expulsa do Femen por bom comportamento.
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